sexta-feira, dezembro 29, 2006

CASAR NÃO É PARA FRACOS - A IGREJA CATÓLICA NÃO QUER QUE VOCÊ CASE

Relatando alguns acontecimentos antes que se percam na memória.

Inicialmente o casamento iria ocorrer em novembro de 2005 e por conta disso, demos entrada na papelada do religioso e do civil com meu endereço de Campinas e o endereço de Lidiane de Guariba. Como o casamento seria em Jaboticabal e não em Guariba nem Campinas, o religioso não poderia ser com efeito civil (pois só se pode casar no civil numa cidade onde um dos cônjuges reside). Em setembro, ficou meio claro que eu ia defender tese em novembro e por conta disto adiamos o casamento para março de 2006. Já havíamos pago o cartório mas os proclamas ainda não tinham corrido e o cartório disse que não tinha problema e em fevereiro deveríamos continuar o processo normal.

Uma defesa de tese, um curso de noivos, uma mudança de volta pra Recife, uma confusão para adiar minha contratação e uma contratação depois, Lidiane vem para Recife para arrumarmos casa pra morar e resolver uma parte da papelada. Ao falarmos com o padre daqui, começam os problemas: O processo de casamento foi iniciado com meu endereço de Campinas e não poderia ser passado para Recife pois tem que ser numa paróquia em que se esteja morando a, no mínimo, 6 meses.

Choro e ranger de dentes.

Passa a ser necessário uma autorização do arcebispo de Olinda e Recife, Dom José Cardoso Sobrinho para que eu case! Ficamos de ligar 2 dias depois para saber se poderíamos casar. Chegamos a cogitar irmos à Universal...

Dois dias depois, ligamos e soubemos que o padre citou nosso caso numa reunião do clero (ou algo assim) e a solução era que eu precisava fazer uma declaração de estado livre.

A declaração de estado livre consiste em jurar, sobre o altar, na presença de meus pais, com a mão sobre a bíblia, que eu nunca havia casado, nem me amancebado, nem tido um filho que eu não houvesse reconhecido, nem dançado com o demônio sob a luz da lua, que eu era um bom rapaz, etc.

Vamos então, numa bela manhã de sábado, 8:30h da matina, para a igreja da Soledade eu, painho, mainha e Lidiane (que nem precisava ir mas que foi de solidariedade).

Detalhe importante: sexta a noite saímos e comemos e bebemos e, no final, comemos uma azeitoninha que não tava legal. Sábado de manhã, Lidiane, que tem um metabolismo mais acelerado que eu, acordou com uma certa pressão. Mesmo assim, na hora que fomos para a igreja, ela foi junto pois parecia que o negócio tinha melhorado.

Esperando então que o padre acabasse a missa, eu, que até então estava tranquilo na minha, começo a sentir um certo movimento na minha barriga. Imaginei que daria tempo. Fomos jurar.

Meus pais juraram primeiro, dizendo que eu era um cara legal, não tinha nenhuma rapariga, etc e eu estava ali ao lado, compenetradíssimo! Chego junto ao padre, coloco a mão sobre a bíblia, olhando para Cristo crucificado, recito o juramento (o mais rápido possível). Lá pelo amém, a pressão aumenta.
Falta então assinar. Assino. Pergunto então para o padre "Tudo certo? Falta alguma coisa?", "É só isso meu filho.", "Padre, uma pequena urgência aqui. Onde tem um banheiro?", "Tem dois, um...", "Não me dê escolhas, padre, qual o mais perto?", "É ali, atrás da sacristia.", "Obrigado".
Ao sair do banheiro, soube que Lidiane foi pro segundo banheiro (de acordo com minha mãe, foi um prum lado e outro pro outro - o amor é lindo!). Mas enfim, estávamos com a parte da igreja resolvida.

Antes disto teve a confusão do cartório. Mas esta é outra história.