quinta-feira, maio 15, 2003

Bom senhores, para quem estava com falta de meu noticiário, alegrem-se e
rejubilem-se, pois eis que estou vivo e novamente escrevo mais um POPA news.
Qualquer reclamação, falem comigo em Recife no período de 4 a 15 de julho, ou em
Campinas fora desta época, ou por email sempre que quiserem.
Para quem quiser se inscrever na lista, me diga o email.
Para quem não sabe como entrou nesta lista e quer sair, tirraiga.

Da pirraiada nova que está aparecendo.
Um dia antes de minha defesa de tese, Marcelo, que começou o mestrado
comigo avisa: "então galera, eu queria falar um negócio com vocês, que é bom
avisar essas coisas. Minha namorada está grávida". "Ô Marcelo, parabéns. Ela tá
com quantos meses? Dois, três"? "Então, ela está com oito meses". No dia
seguinte Marcelo estava plenamente desculpado de não ter aparecido na minha
defesa, uma vez que seu filho estava nascendo. O que também me leva a minha
amiga Sílvia, na lista de discussão do povo da Escola Técnica, quando estávamos
marcando o churrasco de fim de ano: "Puxa, parece que esse ano o churrasco vai
ser bom. É uma pena que eu não vou poder ir." "Por que tu não pode ir Syl?"
"Porque no final de dezembro eu vou pra Inglaterra pro pai do meu filho (que em
realidade é filha, mas na época não se sabia) conhecer o filho dele". E esta foi
considerada a frase com maior conteúdo bombástico que já circulou naquela lista.
E triste é o cara que pela falta de Popas em Recife é obrigado a
escolher um Yellow como padrinho de sua filha.

De Rogê Águas.
Cinco da tarde, o indivíduo sai de Campinas de carona com mais três que
vão assistir o show, pega engarrafamento na marginal Tietê com direito a locutor
de rádio avisando "quem puder, evite a marginal, pois está entupida", vai prum
barzinho começar os trabalhos, aguarda um atraso de 45 minutos do cara que
comprou seu ingresso dum cambista no dia anterior, na hora do show, passa o
ingresso do cambista pela catraca eletrônica e vê ele ser recusado, que é quando
o funcionário do lado da catraca olha feio pra sua cara e diz: "É de estudante?
É na outra catraca." e você passa pela outra catraca e vê o show de Roger Waters.
Ao final do show, decide-se que o indivíduo vai dormir na casa de Alexandre (
provavelmente na pia do banheiro, dado o tamanho da casa), o pessoal marca de
ir prum barzinho e a carona que leva ele até o barzinho se perde do resto do
pessoal (e o cara não consegue ligar pra nenhum dos telefones que ele tem),
logo o cara fica no barzinho até umas 4 de la matina, é deixado num Habib's
perto da Paulista e às cinco da manhã pega o primeiro metrô do sábado, pra
depois pegar um ônibus pra Campinas e finalmente mais dois ônibus dentro de
Campinas até alcançar sua casa e poder dormir.
E senhoritas da lista, por favor não precisam ler este parágrafo, mas
putaquipariu, que show do caralho. Roger Waters é foda mesmo.

De maracatu.
YES. Campinas tem maracatu. Descoberto pelo que vos fala numa festa na
Unicamp. Ocasião na qual ouvi de uma menina atrás de mim "me sinto no Pelourinho"
, frase esta que até hoje me trás ganas assassinas. O nome é meio campineiro,
Nação Tainá, e os mais arianos (ariano de Suassuna, não ariano de alemão, por
favor) entre vocês diriam não se tratar de um maracatu, mas de um grupo de
percussão. E claro que é de baque virado, querer que fosse de baque solto é
demais. Eu já tive a oportunidade de vê-lo pelo centro da cidade, ocasião na
qual me faltou uma máquina fotográfica para registrar a reação da multidão ignara:
mãos nos ouvidos, olhares de 'que porra é isso?' e de 'que é que esse bando de
maconheiro veio fazer barulho na frente da minha loja?', crianças aos berros,
choro e ranger de dentes.
E por falar em centro de Campinas, opinião de 8 entre 10 recifenses, a
avenida Francisco Glicério é cópia da Boa Vista, iclusive se não me engano com
encandeamento às 4 da tarde. Mas isso já não tem nada a ver com maracatu.

Da falta de espírito cívico.
É dever e obrigação de todo brasileiro, em dia de conquista de título
mundial, farrear até madrugar, não importando se a final termina às quatro da
tarde ou às 10 da manhã. Se não me engano, está até na constituição. Então
porque às duas da tarde deste glorioso domingo eu não consegui achar nada no
centro deste cu-de-mundo? Exijo uma intervenção federal!
Pelo que eu soube, em Recife até o quintal de casa foi invadido por um
maracatu neste domingo.

Placar geral:
Vezes em que eu ouvi...
Você é de Recife? O que PORRA tu tá fazendo aqui?: 9
O que é buchada?: 15
Vocês comem a cabeça do bode? Mentira.: 7

Ninguém é tão inútil que não sirva nem de mal exemplo.
Já falei da tal da análise sensorial? Acho que sim mas por via da
dúvidas eu repito, tem o pessoal de engenharia de alimentos que inventa uns
treco como suco com leite de soja, goiaba desidratada, extrudado de peixe (esse
eu não tive coragem para descobrir o que era), etc. Aí eles colocam uns cartazes
chamando para uma análise sensorial dessas invencionices, ou seja, vai o
neguinho lá, experimenta, diz se gostou, reclama da consistência, elogia a cor,
e por aí vai. Pois não é que de repente, não mais que de repente, me aparecem
com uma análise sensorial de cachaça. Mas cachaça é um lance que não é todo
mundo que consegue apreciar, então antes da análise propriamente dita, a mulher
lá de engenharia de alimentos (e por favor vocês feministas, como se explica que
80% das pessoas que fazem engenharia de alimentos sejam mulheres?) fez uma
triagem, que consiste duma série de testes de triangulação, no qual se colocam 3
amostras de cachaça na sua frente (AMOSTRAS, não DOSES, cada amostra é uns dois
ou três pingos :{ ), sendo duas da mesma cachaça e uma diferente. E você tem que
indicar qual é a diferente.
Moral da história: 6 acertos em 6 testes.