sexta-feira, abril 11, 2003

POPA em POA

Semana que passou, eu que vos falo me meti num tal de "International Brazilian Symposium on Integrated Circuits, Systems and Devices" ou algo que o valha que sucedeu de ocorrer em Porto Algre (que não sei porque cargas-d'água o povo chama de POA). Meu orientador disse: 'já que vai, fica num hotel bom', logo eu, a contra-gosto, fiquei no Sheraton. O banheiro da recepção do hotel era maior que meu quarto, enfim, Porto Alegre, friozinho, churrasco, gaúchas, hotel de luxo, no mais não foi uma semana das mais desagradáveis não.
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Quando pegamos o avião para lá, entregaram uma Folha de São Paulo na entrada, e tinha uma colona de Carlos Heitor Cony que começava assim: "Se você estiver lendo esse jornal durante alguma viagem aérea, pare de ler agora". Eu parei.
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Minha filosofia era: arroz eu sei fazer. Logo meu cardápio consistia de carne, carne, churrasco acompanhado de carne, cerveja e, para variar, picanha. Picanha mal-passada, bem-passada, na chapa, picanha com alho, picanha especial (que é só a pontinha mais molinha da
picanha) e picanha mineira (que na verdade é provolone assado).
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Chimarrão é uma coisa impressionante. Você anda pelas ruas no fim de semana e é uma porrada de gente bebendo aquele negócio. Pessoas nas praças sentadas na grama, bebendo chimarrão. Tem umas sacolas especialmente feitas para chimarrão: elas tem espaço para a cuia, uma área fechada para guardar a erva mate e um compartimento para guardar a garrafa térmica. E fora essas sacolas é todo mundo carregando aquela
garrafa térmica com água quente.
Legal é o povo na rua vendendo água quente 1 real.
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Bah tchê! Tribom. E todo múndo fála como se estivesse perguntândo. É triestrânho.
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E um amigo meu foi comprar um cartão telefônico:
-Por favor me vê um cartão telefônico.
-São três com vinte e cinco de quarenta. (isso significa que o cartão de 40 unidades custa R$3,25, acredite se quiser).
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E na época em que eu estava na cidade estava tendo uma tal de semana farroupilha. Tinha um parque bem grande onde os caras faziam umas cabanas (piquetes) e ficavam lá com vestimenta completa de gaúchos típicos (os gaúchos típicos são chamados de gaudérios), tomando chimarrão, fazendo churrasco e cantando um monte de música merda tudo em comemoração da guerra dos farrapos. É interessante notar que há todos os detalhes sobre os modos e customes do gaúcho típico mas não existe nenhum indício sócio-cultural sobre a existência de gaúchas típicas.
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Na segunda-feira, arranjamos um lugar lá que tocava rock. Teve três bandas - Laranja Freak, que era boazinha e tinha letras absurdamente trashs, tipo "sua secretária eletrônica tem muito mais sensibilidade que você"; Wonkavision, que é um rockzinho melódico-psicodélico feito o Pato-fu do começo (mas sem as letras de John) e Autoramas, que tem um som bem massa e uma baixista doente-mental (nas palavras dela no meio do show: "minha vida mudou, quando eu comprei uma camisa do Autoramas. Fiquei bem mais feliz, encontrei Jesus e minha vida sexual ficou muito mais criativa"). No mais foi uma noite bem grunge.
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E eu vos digo, receber uma encarada de uma desconhecida feia já é algo bom para a alma, mas receber uma encarada e um sorriso de uma desconhecida bonita então é muito bom.
E com essa eu me despeço. Inté.

chegou a hora de falar da muda
27/03/2001

Acho que eu ainda não falei da muda....
No meio do campus da Unicamp (que é o Campus Zeferino
algumacoisa), tem uma torre (que como fica no meio do campus, chamam
pomposamente de Pau do Zeferino. Nesta torre funciona a rádio muda.
Aqui na Unicamp, e em outras duas universidades em outras cidades
que eu não lembro quais são, tem o que eles chamam de rádios livres - que
são as coisas mais anárquicas que eu já vi - que se tratam de uma
transmissora de rádio ilegal, dentro do campus, onde quem quiser pode ir
colocar alguma coisa para tocar. As outras duas são a rádio cega e a rádio
surda; a da Unicamp é a rádio muda.
É impressionante, toca de tudo (por tudo, eu quero dizer tudo
menos dança da garrafa e aquele negócio do tigrão que chamam de funk,
embora eu ache que funk seja algo bem diferente), música clássica, jazz,
rap, hip-hop, mambo, salsa, bolero, forró, boi, samba, funk. Moreira da
Silva, Frank Zappa e Jean-Michel Jarre.
Você sabendo o horário dos mano, dá pra escapar do rap e se ouve
algumas coisas bem ineressantes.

E a qualidade dos programas e competência dos locutores é algo
verdadeiramente impressionante.

-Aí galera, (pausa) ouvimos aí Alceu Valença (pausa) com "Não
quero mais brincar de Sol e Chuva" (pausa) e vamos escutar aí agora
Caetano Veloso (pausa) , a música "Estrangeiro".
(Começa a tocar "Leãozinho", toca por dois minutos)
-Pô, foi mal aí (pausa), desculpa galera (pausa), eu botei a
música errada. (a música continua tocando no mesmo volume).
(A música para depois de trinta segundos)
(seguem-se 20 segundos de sons de alguém mexendo numa vitrola)
(Começa a tocar "Estrangeiro")

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-Bom, como estamos com um problema técnico aqui no outro CD,
aguardamos aqui a operação de troca do disco e enquanto isso eu devo ficar
falando alguma besteira por aqui. Vamos ouvir agora, por sugestão de
Renata, Bjork, porque ela viu o filme - (voz baixa afastada do microfone)
como é o nome?
-(voz feminina ao longe) "Dançando no escuro".
-o filme Dançando no Escuro", que a Bjork fez a trilha sonora...
-E atuou também.
-E ela se emocionou muito, chorou bastante no filme.
-(voz feminina, longe mas exaltada) Não chorei não, é mentira.
-Chorou sim, mas o CD já está aqui na caixinha e vamos agora ouvir
Bjork, do filme "Dançando no Escuro".
Toca então uma música de outro disco de Bjork, que não tem nada a
ver com a trilha sonora do filme.

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Mas é melhor quando botam pra tocar o "Quarteto Experimental de
Cordas" ou similar. Se bem que nada ganha para as peças do pessoal de
artes cênicas, aí sim é algo impressionante.

De qualquer forma, não sei de outra rádio em que toque Bjork ou
"Sol e Chuva", por isso eu continuo a ouvir a rádio muda, mesmo sabendo
que de vez em quando eu vou ligar o rádio e ouvir
-Mas... está chovendo.
(ouve-se o barulho de duas quengas de coco sendo jogadas sobre a
mesa e de uma folha de alumínio começando a ser balançada)..



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Isto não tem nada a ver com o resto do email, mas é uma história a
ser contada.
Estava eu comendo no bandejão da unicamp na hora do jantar (eu
podia falar que estava jantando, mas acredito piamente que no bandejão não
há almoço ou jantar, há algo similar a comida (algum genérico (parênteses
dentro de parênteses são de uma introspecção muito grande, não acham))) e
perto de mim tinha um grupo que, entre outros, tinha uma menina de cabelo
laranja (um laranja tanjal) com mechas pretas, um cara de óculos azuis
(se resta alguma dúvida eu especifico, na hora do jantar estava escuro). A
conversa neste grupo pelo que eu entendi, estava girando em torno da
relação entre a menina de cabelo laranja e alguém não presente. "Mas eu
fiquei com ele, não ia namorar, não acho que seja sério". Depois de uns 10
minutos desse pessoal tentando descobrir até que ponto uma relação era um
namoro, um caso, um rolo, ou seja lá o quê, chega aos meus ouvidos a
frase: "Pô meu, puta papo de engenheiro aê".

Sobre a estupidez humana

16/03/2001




Uma das coisas que eu sempre tive em mente, para não me assustar
com o mundo, foi nunca duvidar da capacidade humana de ser imbecil ou
estúpido. Sei muito bem que muitos acham este argumento pessimista, mas de
vez em quando eu presencio fatos que demonstram a veracidade destas
afirmações.
Hoje mesmo, eu mesmo sofri um dos acidentes mais imbecis e
estúpidos que já vi na vida: andando a pé (não correndo), bater com a
testa numa placa.
Não vou dar explicações até porque não existe explicação possível
para uma estupidez destas. Fisicamente eu sofri pouco, com apenas um
daqueles arranhões chatos que tiram um pedaço da pele (e que doem mais
quando se passa mertiolate do que quando se arranha), mas o pior é andar
no meio da rua com um band-aid na testa. Eu pensei seriamente em enfaixar
toda a cabeça, acho que ficaria menos ridículo.
Calculo que eu vou passar uns quatro a cinco dias explicando que
levei uma injeção, não sei bem de quê, mas como era de graça...

Moral 1: nunca duvide da capacidade humana de ser imbecil e
estúpido.
Moral 2: não entre em pânico, cortes na testa, por mais bestas que
sejam, sangram bastante.

[POPA mail-list] De volta aos trabalhos
12/03/2001





Devido a grande quantidade de protestos pela diminuição do número
de emails que eu mando (os "ainda bem que tu parou de mandar aquelas
merdas" eu estou considerando como ironias), eis eu aqui novamente.

Uma coisa eu tenho que dar valor: a Telefônica sabe fazer cartões
telefônicos bem melhores que os da Telemar; pelo menos bem mais criativos
e explicativos, com quadros de artistas trazendo atrás o nome do quadro e
do artista, etc.
Nesta última vinda pre cá eu trouxe uma pá de cartões da Telemar
que minha mãe comprou e eles tem coisas impressionantes: num deles tem
atrás "cais do porto, Recife" e apresenta na frente uma foto da proa do
navio, ocupando todo o cartão, e tudo que se consegue ver do cais são dois
postes de luz (?). Um segundo cartão tem a foto de um bebê e atrás
apresenta uma tabela dos códigos de área das capitais brasileiras, mas o
meu preferido é um que tem a foto de um pato com vários números de
emergência na parte de trás. Se alguém aí trabalha na Telemar eu
agradeceria se procurassem alguma explicação sobre este cartão (eu tenho
fé que deve existir explicação para uma coisa destas).
De fato estou sendo injusto com a Telemar, é só lembrar que passei
muito tempo com um cartão da Telefônica que apresentava uma foto de
suculentas carambolas, mas que pelo menos tinha escrito atrás:
"CARAMBOLAS".

No mais, fui atacado esta semana por uma gripe (ou uma virose ou
um mau-olhado) que me deixou com a garganta inflamada desde a quarta à
(este à é realmente craseado?) noite e que ainda está me proporcionando
uma quantidade impressionante de catarro. Detalhe importante que aumenta
a probabilidade de ser mau-olhado: quinta, sexta e sábado tive um curso do
programa de computador usado para projetar os chips e o ar-condicionado da
sala era muito bom. Detalhe importante que me faz lembrar uma praga
bíblica: na quarta o céu estava claro e o sol quente, na quinta o sol se
escondeu atrás de uma nuvem e só veio voltar no sábado e de quinta a
domingo tnhamos chuva todas as noites. Era bem interessante: "Hoje
tem cervejada de engenharia civil (paga por contribuições voluntárias dos
calouros), amanhã tem calourada no forró e depois de amanhã tem festa no
IFCH, bora?".
Por essas e outras, se por acaso eu fiz algum mal a alguém desta
lista, me desculpe.


Eu vou indo curtir minha convalescência. Abraços.

1/12/2000

Após longos dias de espera, depois de cartas e mais cartas
chegarem a nossa equipe reclamando "Cadê? Manda mais email não é?
Esqueceu dos amigos foi?", eis me aqui novamente mandando notícias deste
mundo estranho que é São Paulo.

Primeiramente eu digo, desisti completamente de entender o clima
de Campinas. A melhor maneira de saber o clima aqui é pelo método do
rabo-de-burro, que não deixa de ser uma coisa muito estranha mais funciona
perfeitamente. Para usar este sistema meteorológico, o indivíduo precisa
simplesmente pendurar um rabo de burro ao ar livre e basta observar o rabo
para saber as condições do tempo:

Se o rabo estiver com os cabelos separados e balançando, virados
para um lado, está ventando.

Se ele estiver com os fios todos grudados um no outro e pingando,está
chovendo.

Se você não conseguir ver o rabo, está neblinando.

E várias outras informações sobre o clima você consegue apenas
observando o rabo de burro.

Segundamente, Saiu no caderno Mais da Folha de São Paulo (e eu
ainda não me acostumei com o pessoal aqui lendo A Folha, já que a Folha
pra mim é aquele jornal que você aperta e pinga sangue) que existem certas
enzimas liberados por algas que ficam em suspensão na água marinha e que
vão sendo absorvidas por banhistas. Não há nenhum estudo sobre efeitos
maléficos dessas enzimas ao organismo, mas os cientistas chegaram a
conclusão que o contato com elas pode causar dependência depois de vários
anos. Ou seja, EU TÔ DOIDO PRA VER UMA PRAIA. Esse negócio do cara andar
com um pessoal que nunca viu um sururu na vida não dá pra mim não.

Terceiramente, mas tendo a ver com o segundamente, dia 22 eu estou
embarcando de volta a Recife pra passar o natal e ano novo e so voltar
pra cá dia 4. Qualquer sugestão sobre a programação deste período pode ser
mandada via email ou através de Duda (Yellow).

Quartamente, é chegado o momento de se falar de Marlu.

Marlu é a empregada lá da pensão. Salvo engano maranhense e, até
prova em contrário, sem uns dois ou três parafusos na cabeça.

Não que seja uma empregada ruim, muito pelo contrário, acho que
sem ela aquela casa se desmoronava, mas ela não é muito normal não.

Não vou nem falar muito da paixão dela por gaita, pois apesar de
ser meio estranho, não deixa de ser um instrumento musical conhecido, além
do que ela só toca fora da casa e aquele sonzinho de flauta lá longe acaba
não incomodando ninguém.

Mais para citar o caso mais evidente: liga lá pra pensão um amigo
meu Vítor, que divide apartamento com André e Divanílson, como eu não
estou, ele pede,

"Diz pra João Paulo ligar pra Vítor"

"Ahh, mas esse nome eu não vou lembrar não"

"Que nome?"

"Vítor (ou vitu, como provavelmente ela deve ter falado). Eu vouesquecer"

"Então pede pra ele ligar pra casa de André"

"André tudo bem, André eu lembro"

Seja como for, quando eu chego em casa, recebo o recado para ligar
para casa de André, para falar com alguém que ela não lembrava o nome. Eu
só espero que Divanílson não precise ligar lá pra casa.

Mas o bom mesmo, é presenciuar um conversa entre ela e Kosuke
(lê-se cousqui), um japonês que está fazendo intercâmbio e está a 8 meses
aqui no Brasil. Ele ainda não fala muito bem (embora fale excepcionalmente
bem para quem está aqui a apenas 8 meses) e ela tem aquele jeito rápido de
falar, comendo metade das palavras.

"Eu já falar bem português"

"Fala, fala otimamente"

"Como"

"Tu não sabe falar, tu nem entendo o que eu digo"

"Eu não entendo...Como?"

"Queque tu disse menino?"

E assim segue. Embora verdade seja dita, é necessário uma certa
concentração pra entender o que qualquer um dos dois diz. Mas como eu já
disse antes, não fosse por Marlu, aquela casa seria inabitável ("Ai, como
esses meninos bagunçam meu Deus do céu, dai-me forças senhor").

Quintamente, eu não aguento mais mensagens de paulistas com piadas
sobre Marta Suplicy (figura em anexo).

No mais vai tudo bem. Estou por aqui estudando diodo, modelo
pi-híbrido de transistor, método dos nós modificado para análise de
circuitos e todas aquelas outras coisas que, em geral, o pessoal de
eletrônica espera nunca ver mais na vida.

Ensaio sobre as dificuldades da ventilação artificial" ou "Nem com a porra
que eu leio um email deste tamanho"




Eu já disse que em Campinas é quente? Pois é muito quente e está
piorando a cada dia.
Eu já disse que em Campinas é seco? Umidade relativa de 15 a 25%,
só não é pior que Brasília.
E o que é pior, acho que devido a secura a temperatura tem um
atraso em relação ao sol, então de manhã cedo ainda fica frio até umas
08:00h (07:00h sem ser neste horário de corno), ou seja, o cara não tem
coragem de sair da cama e de noite continua quente até umas 21:30h. E
quando eu digo quente, eu quero dizer que o vento é quente.
Agora, o que eu não disse foi que na minha nova pousada não tinha
ventilador e que minha primeira noite lá foi num quarto que a janela dava
para a parede. Então, após uma noite um tanto quanto mal dormida, lá vou eu
comprar um ventilador. Tudo certo: pego o busão 3.37 (Unicamp - terminal
de Barão Geraldo) e no terminal faço integração com 3.78 (terminal -
Shopping Iguatemi) (ô terrinha estranha para chamar ônibus por número),
compro um ventilador e volto. Lá pelas cinco e meia lá estava eu então na
parada do ônibus, pego o 3.37 e chego no terminal às 17:52h. Olho então o
horário do 3.78: 17:50 e 18:22.
Agora eu pergunto: porque o de 17:50 saiu no horário e o de 18:22atrasou?
Segunda pergunta: porque algumas linhas de ônibus dão tanta volta?
Seja como for, pouco antes de entrar no ônibus começou a ventar e
logo depois de eu entrar começou a relampejar (em clima seco, quando
chove tem raio até dizer basta). Eu comecei com aquela brincadeira de ver
o relâmpago e contar os segundos até o raio, aproximadamente para cada
segundo de diferença tem 370m entre você e o raio.
Eu parei a brincadeira com aproximadamente 1,5s entre o raio e otrovão.
Aproximadamente às sete e meia eu consegui chegar no Shopping,
miraculosamente não estava chovendo neste momento, eu dei então uma boa
volta pelo shopping, comi um pretzel, vi quais eram os filmes em cartaz,
e, ao final de tudo, comprei o ventilador (Fael Silverado). Nisto tudo eu
gastei aproximadamente uma hora e meia para ver se a chuva passava logo,
pois normalmente as chuvas daqui são curtas.
Estava então eu, saindo do shopping com um ventilador debaixo do
braço, quando olho a calçada na saída vejo que estava seca e assim que
piso nela começa a pingar.
Dois detalhes importantes: 1) pingo de chuva de verão aqui é mais
ou menos do tamanho de um copo americano.
2) a parada de ônibus ficava na frente
da porta do shopping. 350 metros na frente para ser mais exato.
A aproximadamente uns 200m da parada os pingos finalmente se
transformaram em chuva de vento, pelo menos o vento era a favor da parada.
Chegando então na parada, todo molhado e tentando proteger a caixa
do ventilador (papelão como toda caixa de eletrodoméstico), eu pergunto
só por desencargo de consciência pois já tinha perguntado quando desci
doônibus
"É aqui que passa o 3.78?" "O 3.78 ou o 5.78?" "O 3.78."
"Acho que o 3.78 é naquela outra parada ali."
Mais 200 metros de chuva e finalmente cheguei na parada do
3.78 (tinha uma placa para confirmar).Lá estando encontrei uma simpática
velhinha: "Eu estudei música minha vida toda mas só tive dinheiro para
comprar um piano depois de já ter filhos, agora o piano está parado lá na
casa por conta de minha artrite."
"A minha diversão é cuidar de plantas, mas meu filho mais novo
está com a idéia de pavimentar o quintal."
"Árvores são importantes porque protegem a camada de ozônio e sem
a camada de ozônio esquenta muito não é?"
Após meia hora disto (com o vento se esforçando para fazer a chuva
dar a volta no abrigo da parada) eu finalmente consegui entrar no ônibus
(claro que o último tinha sao instantes antes de eu chegar).
Dúvida gramatical: 'instantes antes de eu chegar' ou 'instantes
antes que eu chegasse' ou nenhuma das alternativas?
De qualquer forma, após o ônibus fazer o mesmo arrodeio que ele
fez para chegar no shopping, só que de trás para frente, consegui chegar
no terminal de Barão Geraldo e graças a Deus o outro ônibus não demorou a
sair (quer dizer, se eu não tivesse corrido eu ia esperar bastante pelo
próximo) e quando eu desci na parada perto da pousada não estava chovendo.
Moral da história: não precisa comprar ventilador em dia de chuva
pois a chuva esfria o ambiente.
PS: É interessante como a velocidade 3 do ventilador é mais lenta que a 2
e como a 1 é mais rápida que a 2.

Aí pessoas.
Desculpa aí a demora de email aí.
O fato é que na semana passada, quando eu ia ver e-mail, a rede
caia e na quarta-feira eu me mandei pra Sampa (me perdoem as mocas da lista,
mas PUTA QUE O PARIU, que cidade grande do CARALHO) e segunda e terca eu nao tive
muito tempo para mandar e-mail.. Na quarta a rede deu pau de novo e quinta
eu voltei pra Sampa (porra, mas é grande...). Seja como for, agora tenho
telefono ((19)3289-0158 pra quem nao tem medo do interurbano (o número não é mais esse) em minha nova pousada. Após passar por um retiro espiritual num lugar a 4km de um
supermercado, onde nem sequer chegava sinal de TV, agora eu estou a 500
metros do predio onde eu estudo, contando com televisao ligada na NET. Viva
a modernidade.
Impressionante, em Campinas tem Forro'!
Tem uma tal duma "Associação" que tem forro (zabumba, triângulo e
sanfona e não "Limão com Sal" ou similar) quarta, quinta, sexta e
sábado, seven royal units for men and women free. De acordo com um amigo
meu,
o sistema é de mestrado nas horas vagas.
Eu fui no sabado, era 50% de mulher, das quais 80% era bonita, porque
eu fui num dia ruim (ao menos foi o que disseram).
O unico problema é que o povo aqui danca forró pulando (!?).
É um tal de pular e girar a mulher e jogar pra longe que eu nao
entendi. Como é que pode um negocio destes se a graça do forró é o
agarrado?
Até o presente momento eu nao vi nada que justificasse a teoria deque
Campinas é a cidade dos viados (exceto pelo nome de estadio ser Brinco de
ouro da Princesa e pela maneira como dancam forró), mas o fato é que até
agora eu nao conheci ninguem que tenha nascido em Campinas.
Agora, vejamos se eu entendi a situacao de Recife: Roberto Magalhães
vai perder e João Paulo vai transformar a cidade em Cuba, o que entao me
tornaria um refugiado, mas até lá a cidade já vai ter virado pó devido a
greve da PM.
Porque e' so' eu sair da cidade para se dar (desculpem
garotas) merda?
Abraco pros mano e beijo pras mana.
Pra quem vai, balai. Pra quem fica, ...
Hay gobierno? Soy contra. No hay gobierno? Soy contra tanbem. (Perdões a quem conhece espanhol por eventuais crimes alingua)
A quem interessar possa, tenho um novo email: jpcc@lpm.fee.unicamp.br
Tradução: João Paulo Cerquinho Cajueiro, no laboratório de Pesquisas Magnetti Marelli da Faculdade de Engenharia Elétrica da UNIversidade de CAMPinas, BRasil.
Por simplicidade, vou manter o meu email no ig.
Tem tambem um telefone no laboratorio, parece que é (19)37883884,mas eu
nao tenho certeza.

POPA mail-list A Unicamp e' grande que so' a porra.

A pousada que eu estou e' muito bonita (plantas, flores, galinhas d'angola).

A pousada que eu estou e' longe (uns 4,5km). Viva o transporte publico.

O bandejao da Unicamp vive lotado, nao tive ainda o (des)prazer de comer
la'.

Por enquanto so' conheco o pessoal do laboratorio, do curso e uns perdidos
de Recife.

O arroz do restaurante no qual eu almocei ontem e hoje e' muito bom. Oprato
do dia de hoje foi feijao, arroz, farofa, batata frita, picanha e rucula.

Rucula e' uma folhinha muito estranha, nao sei como uma pizza disto podeser
bom.

Falta eu comprar um travesseiro, mas eu estou usando as roupas de frio no
lugar do travesseiro porque TA UM CALOR DA PORRA AQUI (30 - 33 graus).

Como o tempo e' mais seco, eu nao suo tanto, em compensacao da' uma sede
desgracada. O sotaque paulista e' muito estranho.

O professor Reis que e' quem esta' organizando este curso esta' viajando e
so' volta na proxima semana, o curso ia ter 6 pessoas mas acabou tendo 8.
Pelo que me disseram, ele queria montar um grupo heterogeneo (e
aparentemente heterossexual), com pelo menos um cara que ja trabalhou, uma
mulher e um estrangeiro. O cara que trabalhou veio da Motorola (que e' aqui
pertinho), a mulher tem bigode e pelo visto o estrangeiro sou eu, pois o
resto do pessoal e' do estado de Sao Paulo.

Pelo que me contaram, tem uma sala para gente com 8 estacoes Sun.

Pelo que me contaram, tem UMA SALA SO' PARA GENTE com 8 (OITO, MEIA DUZIA +
DOIS, UMA PARA CADA UM) ESTACOES DE TRABALHO FUDEROSAS. Nao sei se vaodeixa
instalar Quake.

Tive aula ate agora de processos de fabricacao de circuitos integrados
(mascara, feixe de ions, bolacha de silicio, etc) e modelamento de
dispositivos (pi-hibrido, parametros do diodo, etc). Os prefessorepareceram
ser muito bons.

Provavelmente quando eu tiver o que estudar, o tamanho dos e-mails vai
diminuir.

Bem Vindo a magnifica e extraordinaria POPA mail-list,
reconhecidamente
a lista que mais cresce na internet.

Nao se preocupem com o tamanho do cabecalho, estou mandando todos os
enderecos para que chequem se nao ha algum endereco quebrado, as proximas
mensagens terao todos estes enderecos como copia oculta.

Pelamordedeus NAO deem "reply to all" (responder para todos) a menos
que tenham alguma mensagem que interesse a todos os membros desta lista, o
que eu duvido um pouco.

O cadastro de novos membros pode ser feito por este mesmo e-mail. Para

se desligar desta lista, crie uma nova conta de e-mail para voce e esqueca
da antiga.

Em futuro proximo, serao implementados acentos graficos na lista.

Respondam a lista, me deem o que fazer senao eu entro em depressao.

Abracos a todos e felicidade, eh o que lhes deseja aquele que os
abandonou.