quinta-feira, dezembro 16, 2004

Como aprendi a parar de me preocupar e amar a IA.

Quando eu Vi Matrix 2 e 3 eu já fiquei meio puto com os Wachowski: várias idéias boas junto com outras várias idéias ruins num filme com milhares de referências e personagens indecifráveis (gosto muito de referências, mas quando elas aparecem como detalhes tão pequenos que se você não entender, não atrapalhe), etc.
E, também, eu já tinha visto Ghost in the Shell e já tinha visto as idéias semelhantes que aparecem em Matrix (inclusive as letrinhas verdes caindo).

Mas agora eu li Neuromancer, de William Gibson, e agora sim eu estou puto!
[Pausa explanatória]William Gibson é o considerado criador do Cyberpunk. Ele que escreveu aquele conto do Johnny Mnemonic que depois virou um filme merdel (e que é um filme muito pior depois de você ler o conto).

Em Neuromacer você descobre:
De onde saíram os óculos de Trinity.
Por que o nome do babado é Matrix.
Por que o nome do outro babado é Zion.
Por que tem tantos negros em Zion.
Porra, até o bullet-time tem em Neuromancer!

Pegue Zion por exemplo: Eles pegaram a idéia básica, duma sociedade livre e coisa e tal e tal e coisa, e colocaram no meio duma base militar - pois a Zion de Matrix obrigatoriamente tinha que ser militar para lutar contra as máquinas - e cagaram tudo. E ainda por cima transfomaram o rastafaranismo, que eu achei massa no livro, na rave-suruba.

Pelo menos não colocaram o assassino ninja zen.

Bom, infelizmente o livro tem uns temas meio pesados demais para ser transformado num filme sem que perca muito (por exemplo, é muito importante para a trama o fato de que o personagem principal seja viciado em drogas sem nenhum remorso - se tirarem isso vai ser pior do que tornarem John Constantine um não-fumante)

E é isso aí. Dub irmão.

"Eu e eu, a armada rastafari. Acredito nela."
"Isso aqui não é nada sutil"